Dança, poema de Thalya Amancio
Olá, gente!
Espero que estejam bem e se cuidando (ainda mais nesse momento de crise que vivemos).
Venho hoje compartilhar um poema que escrevi nesse mês de março, enquanto participava de uma oficina do Sagrado Feminino.
Então vamos lá?
DANÇA (Thalya Amancio)
(Fotografia de Thalya Amancio, 2021)
Deixai-me ir em liberdade contínua aos ventos do Norte
Eu sei que é lá que se encontra minha pulsação e meu calor de selvagem livre.
Deixa ir a minha pele anterior, ressecada, esquecida embaixo daquela diminuta árvore.
Aquela pele não me serve mais
O vento me tocou de tal maneira que tremo toda febril em recomeço de ciclos.
Busco minha nova eu
Na velha ação de engolir-me completamente
Ato impuro, incontido e inegável.
Canibal de mim!
Deixai-me ir até o Norte,
a bussóla aponta para lá
e o vento me empurra quase me fazendo alçar voo!
Lá, lá, lá!
Deixa-me, só te peço, intruso, deixa-me.
Deixa-me dançar em círculos sobre mim, desviando, me enlaçando e retornando.
Engulo-me, virando-me ao contrário.
Uma nova face do EU: o reverso silencioso, fértil.
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