Resenha: Ladrão de Almas

Olá my dears, mein lieber! Quanto tempo no é? Demorei para voltar a escrever e peço desculpas, mas o importante é que estou aqui. Vamos ao importante?
Terminei há alguns minutos Ladrão de Almas e vou aproveitar que estou com a mente fresca, contemplando e refletindo sobre a história para falar sobre o livro.

No turno da noite em um hospital em Maine, Dr. Luke Findley espera ter outra noite tranquila com lesões causadas pelo frio extremo e ocasionais brigas domésticas. Mas no momento em que Lanore McIlvrae — Lanny — entra no pronto-socorro, ela muda a vida dele para sempre. Uma mulher com passado e segredos misteriosos, Lanny não é como outras pessoas que Luke já conheceu. Ele é, inexplicavelmente, atraído por ela... mesmo ela sendo suspeita de assassinato. E conforme ela conta sua história, uma história de amor e uma traição consumada que ultrapassa tempo e mortalidade, Luke se vê totalmente seduzido.
Seu relatório apaixonado começa na virada do século XIX na mesma cidadezinha de St. Andrew, Maine, quando ainda era um templo Puritano. Consumida, quando criança, pelo amor que sentia pelo filho do fundador da cidade, Jonathan, Lanny faria qualquer coisa para ficar com ele para sempre. Mas o preço que ela paga é alto — um laço imortal que a prende a um terrível destino por toda a eternidade. E agora, dois séculos depois, a chave para sua cura e salvação depende totalmente de seu passado.
De um lado um romance histórico, de outro uma história sobrenatural, Ladrão de Almas é uma história inesquecível sobre o poder do amor incondicional não apenas para elevá-lo e sustentá-lo, mas também para cegar e destruir — e como cada um de nós é responsável por encontrar o próprio caminho para a redenção.

Bom... o que eu poderia falar do livro? ele é daqueles que a narrativa te prende do início ao fim, porém o livro possui uma atmosfera angustiante e sufocante.
Ainda posso dizer que estou digerindo-o. Essa digestão vai durar longos dias ou longos meses- ou quem sabe.
Houve momentos que parava a leitura e tentava assimilar o que estava escrito e subentendido nas entre linhas, pois Ladrão de Almas não é um livro comum, que fala do amor, e sim um livro que fala da perversidade humana, sua obsessão quanto o assunto é paixão, o que somos capazes de fazer por amor ou para tê-lo ou possui-lo e principalmente, suas páginas estão permeadas de sexo - não explícito, claro- o que deixou a leitura complicada para uma pessoa que lê poucas histórias assim, mas digamos que o centro da obra não são as cenas sórdidas de homem com mulher, homem com homem e segue-se - entenderam meu spoiler?- o foco da história é o amor. Ah, o amor, o que não fazemos por ele, no é? Quer dizer, algumas pessoas extrapolam o sentindo do amor. Acham que amar é sufocar a pessoa, sem deixá-la escolher por si só, tratando-a como uma criança. O amor não é isso, ele abrange bem mais do que isso. Abrange dar espaço para a outra pessoa respirar e fazer suas próprias escolhas, o que Lanny, a personagem central da obra foge ao padrão por seu amor por Jonathan.
Em alguns momentos tive vontade de entrar no livro e dar conselhos a ela, porque o que ela faz chega a ser erro repetido. Embora perceba que o amor nos cega, contudo lá no fundo sabemos que estamos nos precipitando e errando feio, sem motivos consistentes.


Além disso, Lanny esperava que Jonathan a amasse como ela o amava, o que não ocorre em alguns casos. Quase sempre nos doamos, porém não recebemos de volta, às vezes isso ocorre não porque o receptor queira, mas sim porque não consegue amar o outro igual ou não o deseja de volta, apenas tenta e se frustra por isso. Decepcionar outra pessoa é um fardo muito grande para ser levado conosco. É assim que a maioria dos relacionamentos acaba. Um sofrendo demais e outro decepcionando por não conseguir ser altruísta com quem o ama.

Bem... a autora, Alma Katsu soube permear uma dúvida depois da metade, que não vou dizer qual foi. E foi mais além. Criou um personagem forte, manipulador, sodomita - termo que só conheci lendo - misterioso e egoísta. Um verdadeiro "cavalheiro", haha, brincadeira, digamos que ele esteja mais para um psicopata e sociopata. Entretanto só lendo para crer, por isso recomendo que leia e abra os ares da imaginação.

Ah, Não posso me esquecer de Luke Findley, o observador- personagem do começo! Senti que foi bem autêntico, agiu mesmo temendo o que poderia acontecer, mas seguiu seu inconsciente. E claro, este personagem tornou-se quase palpável para mim. Um médico, divorciado, devastado e sozinho que se viu na solidão da Lanore e por isso ajudou-a. Parabéns para Katsu!


Sempre penso que mudei muito depois de uma leitura, lógico que depois de um bom livro. Bons livros mudam o nosso jeito de pensar e esse me fez refletir sobre a alma humana. Temos redenção mesmo depois de pecarmos tanto? O que o mundo esconde na escuridão? Devo confiar em todos? Devo temer alguém que oferece algo, pois sempre vai querer algo em troca?
Temo que nunca serei a mesma, mas eu mudei para melhor e espero que você leia e mude.
Obrigada e até mais, meus queridos!
Xoxo

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