Às vezes... A falta da verdade (Sometimes...The lack of truth)


 (Caminhante sobre o mar de névoa por Caspar David Friedrich, 1818)


Às vezes parece melhor não sentir.
Às vezes parece melhor habitar uma ilha, 
Se encolher em si mesmo
Às vezes parece, mas não é 
E esse fato nos engana

Afinal é fácil se confundir?
Às vezes a alegria pode ser mentira? 
Como diferenciar tristeza de seu fingimento?
De tanto fingir esquecemos da autencidade dos sentimentos? 
Somos o que queremos ou o que a sociedade deseja? 


Às vezes não pode ser confundido com sempre
Enquanto o sempre habita diversos lugares 
O às vezes habita somente alguns

Alguns lugares foram construídos, 
Alguns limites foram construídos
Outros surgiram por meio das tempestades de nossos     eus e dos tus
Lutas, erosões e explosões construíram o que somos

Somos barcos num meio de mares de tragédia
Encontraremos terra firme?                                                 

Como respirar quando o ar foi extinguido?
Como sobreviver quando percebe-se que tudo considerado verdade era mentira?
Nossos monstros não são mais os mesmos.
Os monstros são agora nós mesmos
O inferno são os outros? Não, nós também somos responsáveis.
Nada é simples. Um clichê, mas pouco difundido.
Como fugir? Sempre queremos fugir,
Escapar para uma terra onde a verdade sobreviva
E onde as pessoas não sejam hipocrisia e lama

Nos iludiram com seus filmes 
A utopia é inalcansável? 
Me responda, More, tu o criador do termo para a ilusão

Somos divinos e somos monstros
Somos utopia como somos distopia
Somos vastidão, céu, horizonte
Como também somos lama
Somos tudo e nada



Só sei que nada sei... 
Por séculos ou quem sabe, as dúvidas persistirão               
Elas são imortais
Somos efêmeros, mortais
As nossas falhas não


                         

                          (Obs: as duas últimas pinturas são de Magritte, pintor surrealista)









Bom, my dears, meus queridos, esse foi um escrito inspirado pelas últimas notícias, não obrigatoriamente só do Brasil ou apenas políticas, porém também do mundo e de outras áreas. Com a morte de Antonio Candido semana passada,  a morte de Chris Cornell e o desnudamento da corrupção, fica mais visível o quanto admirável, inteligente e também repleto de defeitos somos. Existem seres humanos cheio de virtudes, que se dedicam ao conhecimento, à arte, ao que amam e à busca da sua verdade. Como também existe aqueles que sujam nossa espécie. Esses são os que devemos recear conviver e impedir que destruam a verdade. Não, não é só uma palavra, mas uma ideologia, um símbolo da humanidade.


Até mais!



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