Madrugada adentro: uma crônica-delírio

De uma madrugada em dezembro de 2018




Depois de uma leitura sucedida, difícil, digerida rapidamente mas ainda viva e ardente em crescente, aqui estou a meditar. Não é impossível escrever de forma concisa, contudo não é o que busco agora. Ondas tumultuadas na minha cabeça, na minha mente, mesmo com brumas do sono turvando minhas reflexões, talvez sejam elas que as facilitam. 

Este ano me trouxe tumultos de abraços, sentimentos, culpas, dores se antes sentidas, nunca de forma tão real. Não as idealizei como bem fazia na minha remota infância. Eu cai. E provavelmente continuo caindo a cada vez que me lembro da dor de perder algo nem iniciado. Um corte na corda que me ligava a um sentimento que começava a ser construído. Uma relação que mal começava na história humana, uma micro relação comparada ao mundo. Forbidden, they said. So I understand, it's impossible to go on with it, I know. Declarei diversas vezes mesmo que mentalmente que como Icarus, não quero cair e perder minhas asas. Mesmo a luz é cegante quando muito próxima. Mesmo ela pode queimar. 




It's over, but you are always coming back to my thoughts, what can I do? I realized that I fall every day. I fall for your imperfections. That's the fragile's beauty. Life's beauty.

Este ano me transformou e mesmo que aos poucos, como a leitura recém concluída de Lavoura Arcaica, irei digerí-la, regogitá-la mais de uma vez até finalmente absorvê-la, mesmo que uma parte infinitesimal. Tenho a vida pela frente para assim o fazê-lo. Um dia encararei melhor essas ondas turvas que cobrem a minha praia, a mesma praia ao lado da montanha onde guardei todas as minhas lembranças, sejam as causadoras das revoltas, sejam as claras como vidro e belas como vitrais.

To look for a connection with someone else we look for abandoned ourselves. Is it a loss or one gain? Time will help us to understand.  Time is a mother, a dad, our parents.

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