Registro de animes (opiniões)

Bem, como diz o título irei registrar os principais animes (infelizmente leituras ficarão para outro post), aqueles/aquelas que marcaram o ano de 2017 de forma positiva ou mesmo negativa.



Eu posso esquecer de alguns, mas como dito são as/os principais, afinal é necessário resumir todo o ano, porque 365 dias guardam muito tempo... É a lógica do tempo, o motivo do nome do blog.
E afinal, não posso me doar completamente a essa paixão, (assistir animes e ler mangás) já que estudo, produzo, escrevo e reflito, embora esses hobbys ajudem de todas as formas, com trabalhos da faculdade e principalmente com a percepção do mundo. Claro, depende da obra, por isso sempre acho necessário saber escolher como gastar o tempo. 

Retrospectiva de 2016 para melhores leituras: 
http://thalyalee.blogspot.com.br/2016/12/bem-e-mal-ou-bem-e-mal.html


Há um preconceito em relação à animações, principalmente por causa de seus traços infantis, gestos exagerados dos personagens, cenas cômicas "exageradas"; e pode ser que muitas pessoas não levem a sério quem "perde tempo" assistindo animes japoneses ou animações de outras países. Grande engano! Há sim animes e histórias voltadas às crianças, entretanto, há aquelas mais profundas e difíceis até para um adulto. Alguns exigem pesquisas, estudos, muita leitura e experiência para que enfim sejam assimiladas.
E sim, os animes japoneses apresentam essas características "exageradas", hiperbólicas, mas gradualmente, essas cenas se tornam muito mais interessante, exatamente por esse motivo. E claro, essas cenas são postas aí para gerar uma visão cômica, quando muitas vezes, o ambiente e as situações se tornaram sombrias, ou simplesmente porque essa é a temática do anime...
Todavia, como outras diversas mídias, se esses "exageros" te repelem, há uma infinidade de escolhas, basta procurar. Se desafie e tente assistir animes.

Alguns deste registro, segundo a categoria do mercado japonês, são shounen (público masculino juvenil), seinen (público masculino adulto) e josei (público feminino adulto). E como podem perceber, esses são os estilos de animações que mais assisto (às vezes abro exceções e procuro Shoujos...).

-2017 parece ter sido o grande ano para os animes na minha vida.


Tokyo Ghoul

É uma história muito famosa no meio otaku e concordo que mereça atenção, mas não, não se tornou um dos meus favoritos, mas a primeira opening é muito linda e emblemática.
Não entenda como eu não tenha apreciado (a 1ª temporada é fiel ao material original) a trama é muito criativa, embora use a mitologia e lendas populares, e sabemos que basicamente tudo use a cultura. Entretando a construção desse mundo obscuro dos Ghouls, seres que se alimentam de seres humanos, é muito bem feita. Muitos dizem que o mangá é melhor, porque a segunda temporada criou uma história própria, porém vale a pena ver e perceber o quanto podemos aproveitar do que já existe, para criarmos novas histórias.






Ser original é isso: fazer releituras e reescritas de mitos, contos e lendas já existentes, usando a sua própria linguagem.
(O próprio protagonista traz a luta entre o bem e o mal dentro de si, afinal, ele tem que escolher entre ser humano ou aceitar sua natureza Ghoul).






Blood C



Fazia muito tempo - alguns anos, três ou quatro - que havia anotado numa pequena agenda, para que o procurasse para assistir. Enfim em 2017 resolvi assistir, por puro masoquismo? Essa deve ser a melhor resposta, pois o anime pode até possuir um plot twist interessante, mas sua violência explícita, ou quase (assisti a versão com censura) nos deixa com a percepção de que ele é um anime mais voltado ao sangue em exagero do que a história. (E realmente é)
Inclusive, por pura curiosidade (nunca aprendo) e sabendo da censura, procurei as cenas com todas as mortes sem censura! Isso rendeu traumas, imagine, já sou paranoica, o que redobrou, quadriplicou com esse fato.


Excluindo minha opinião, o anime apresenta uma garota "comum" que durante a noite é obrigada/ mandada por seu pai a matar seres imortais. E assim somos jogados: durante o dia, uma cidade pacata, à noite, "segredos perigosos" nas sombras.
Sim, pode ser bom assistir, porém recomendo antes que reflita: nunca assista quando os dias estiverem nublados e chuvosos. Ou melhor: reflita se realmente vale a pena, ver pessoas morrer, mortes aparentemente desnecessárias. Recado dado.

P.S: contudo como eu sempre digo, dá pra se tirar reflexões até das "piores" coisas. Sim, talvez essa seja só mais uma forma de otimismo ou apenas uma compreensão... Um exemplo de coisa boa em Blood C: a abertura.
P.S ²: não posso negar que o suspense e a trilha sonora são sim bem construídos (realmente a tensão pairava no ar quando Saya saía para caçar os monstros a música pesada e mórbida aumentava a atmosfera sombria). Acho que o problema é pessoal mesmo. Talvez eu não seja o público alvo.





Kuzu no Honkai ou Scum's wish


Uma surpresa agridoce para quem começou há pouco a assistir animes com temáticas mais "tranquilas" e dramáticas como eu. Esse anime tinha tudo para ser um clichê, principalmente por trazer protagonistas adolescentes, ainda no colegial - tema tão recorrente no mundo dos animes, filmes etc. No entanto, o padrão acaba aí. Esse anime, e o mangá que aliás possui uma arte muito bem feita e linda, traz temas tão pesados e uma sensação pesada de sujeira, o que talvez a tradução para o português indica: sociedade de lixo; bom, me desculpem a tradução, pois não há uma tradução 100% correta.
Inglês - português: O desejo da escória.



Kuzu no honkai desmascara a sociedade de aparências, as relações falsas, baseadas no egoísmo e narcisismo. Os monólogos e ações dos personagens sempre são surpreendentes e sempre enganam. Somos postos sob o ponto de vista de cada um, assim criando uma visão mais ampla das situações e uma compreensão do quanto todos se preocupam com atenção e sociabilidade; ninguém deseja ficar só. Embora mais pareça que todos estão sim sozinhos e por isso procuram alguém, mesmo que criem uma relação falsa e mesquinha.
Episódio por episódio você é capaz de construir um personagem, para depois algum acontecimento derrubar o que você sabia. Resumindo: é um anime imprevisível e é difícil se apegar à algum personagem.





Paradise Kiss




Tenho uma revista antiga da Neo Tokyo que uso diversas vezes para saber qual o próximo anime ou mangá que devo dar atenção. Foi essa mesma revista que analisou de forma magistral Fullmetal Alchemist e depois de tanta procrastinação, finalmente dei a chance à apreciação e realmente não me arrependo. Mas isso vai ser decomposto em outro post, provavelmente sobre animes e mangás que recomendo, ou mesmo um post especial só sobre essa obra prima.
Bom, mas lá estava eu um dia, nem me lembrava mais dessa recomendação, e então decidi assistir Paradise Kiss anime. Não foi um dos melhores que assisti, porém a temática me atraiu, mesmo sendo classificado como Josei - existe uma categoria usada pelo mercado de animes e em relação aos mangás depende da revista que produz a obra - ou em outras palavras, anime para mulheres adultas (como já dito acima).


Imagino que essa classificação pode ajudar o mercado, mas não pode ser encarada como regra absoluta. Um exemplo disso é o próprio Fullmetal que é shounen - animes para meninos - mas consegue extrapolar todas as regras com uma história profunda. Todavia este não é o anime tratado neste tópico, logo perdoem a minha mostra de "insensatez" e vício.
Parakiss (assim também chamado) apresenta uma protagonista de início (perdida) estudante, contudo que não sabe o que deseja para seu futuro. E eis que surge algumas pessoas, estilistas, que apresentam a autonomia e independência,  e a convidam para ser modelo deles. (Quer um resumo melhor do que esse?)




Nana



Da mesma autora de Paradise Kiss, Nana traz uma história mais ligada à música, uma das paixões da mangaká, além da moda.
Duas personagens merecem destaque, ou no caso, as duas Nanas. A construção desse anime é muito bem feita, embora eu tenha preferido a Nana vocalista (irei nomeá-la dessa maneira), a outra Nana ou Hachibi, como apelidaram-na, traz uma carga, contraste positivo até certo momento para a história. Talvez ela seja uma das únicas personagens que não tenha tido uma infância ou família desestruturada, tal como todos os membros da banda Black stones, da qual a Nana vocalista faz parte.



Os personagens, como todos nós, guardam fraquezas, segredos, traumas e relações que deram certo e errado, por esse motivo Nana consegue nos fazer se identificar. E acrescentando que as personagens femininas são diferentes, embora sejam determinadas a seguir em frente ou mesmo, em superar dificuldades ou si mesmas. Cada uma sempre está procurando realizar seus sonhos e seus anseios.

(A trilha sonora é um dos pontos altos desse anime)






Shingeki no kyojin ou Attack on titan  (2ª temporada)



Um anime que merece atenção, tanto pela fama que à primeira vista pode enganar, quanto pela temática apocalíptica (será esse o motivo de seu sucesso?).
Acompanho o mangá desde o ano passado e tenho me surpreendido o quanto a história é repleta de plot twists, reviravoltas, e de profundidade. Sim, é um anime rentável e por vezes muitas pessoas o tornam ou desejam apenas fan-service (os ships e cracks são um exemplo). Até acho alguns engraçadinhos, mas muito desnecessários, afinal enquanto perdemos tempo, a história está aí para ser pensada.
O mangá por sinal, entrou numa fase decisiva, onde até conceitos filosóficos de pontos de vista são trazidos. Existe verdade absoluta? Bem, não posso dizer mais do que isso, somente que a 1ª (mesmo com animação mediana) e a 2ª (a animação subiu de nível) merecem o hipe que o mundo faz. Com um tema tão recorrente, o mangaká soube construir uma trama inovadora, por que como acreditar que seres tão idiotas, com expressões estúpidas, podem devorar pessoas? Só seus tamanhos respondem a isso.

P.S: a capacidade do ser humano em fazer qualquer coisa para sobreviver atraiu o hipe feito nesse anime, que já anunciou a terceira temporada para julho (ainda bem).





Gantz




Esse anime merece destaque, embora não tenha sido uma peróla no ano passado, foi muito intenso e até já comentei neste post as reflexões que a violência explícita pôde trazer.
http://thalyalee.blogspot.com.br/2017/10/diante-da-dor-dos-outros.html

Esse não é o meu tipo de anime, pois pode me trazer sentimentos bem obscuros e sombrios, mas o mesmo conselho de Blood C vale para Gantz: tome cuidado e reflita. Essas obras não devem ser assistidas por assistir, aliás, nada deve ser assistido por assistir.
Sem uma análise, até a pior construção de personagens pode se tornar boa.










Não prometi fazer resumos mais apurados, aqui reunir mais minha opinião, que provavelmente envolve muito do essencial dos animes acima citados.
O que espero de verdade é que o pré-conceito de tantas pessoas mude e que deem a chance para essa arte "milenar" dos japoneses - embora outros povos do oriente também a produzam (até do ocidente), os japoneses são os mais famosos e os que conseguiram desenvolver essa técnica.

Além disso, há outro fato: assistir animes ou ler mangás não torna alguém nerd ou cdf. O que pode tornar alguém assim é assistir, seja o que for, analisando cada pormenor e detalhe.

A vontade de conhecer e entender algo não pode surgir do ego ou busca por atenção, mas da simples e considerada, mera vontade de aprender. (Um sermão? Entendam como desejarem. Reflitam).




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