Divagação sobre a existência humana: a constante luta contra a entropia

Depois de muito tempo sem escrever novamente, tirei um pouco do meu tempo para compartilhar com vocês uma divagação conectada e pretendo apresentar um conto, muito fácil de encontrar na internet de Isaac Asimov: A última pergunta. Acho que minha divagação também teve conexão com minhas leituras de Uzumaki, mangá clássico de terror do japonês Junji Ito e consequentemente da pesquisa sobre H.P Lovecraft.
Portanto, não se trata de um devaneio desgarrado, e agora dou ênfase: devaneios nunca surgem do nada. Inspiração é uma palavra usada por muitos de forma errada, afinal sempre há uma motivação para escrever, ler, falar.


É preciso aceitar a vida, amor fati de Nietzsche*

(Charles Edward Perugini, Girl Reading)



De um devaneio madrugador, tenho agora devaneado até durante os dias quentes e insólitos de verão/tentativa de inverno. (Inspirada pela leitura de Proust, O caminho de Guermantes, abro aqui um parêntese e procuro explicar o porquê do uso de tentativa. Se alguns não sabem moro no Ceará e aqui inverno é chuva e muito calor, e quando há chuva, claro.)
Não é compreensível como posso devanear durante um calor infernal, segundo a concepção de Inferno de Dante? É possível fazer voos a todo momento, basta como disse Fernando Pessoa: existir. (Para viajar basta existir)
Existindo ou apenas sonhando a existência, eis a questão. Hamlet... Shakespeare foi um bom teatrólogo, escrevia difícil, mas na época era compreensível... Olha aquele pássaro... Ora, a janela de vidro atrapalha a visão da natureza. Bom, mas a teoria da literatura revela o próprio pensamento humano! E daquela época...
Estes são alguns exemplos de fragmentos que aparecem na mente, mas efêmeros, já nascem quebrados e por isso são fadados a desaparecer assim que outras imagens capturam nossa atenção.
Alguns tentam organizar o mundo, embora não percebam que a mudança constitui todas as coisas... Agora viajei realmente. Não é bom criar frases que também mudam. Mas e se tudo muda? Realmente tudo? Bom, aqui a dificuldade decidiu renascer. Também fica claro que generalizar é um erro... O uso da palavra tudo é vago.
Outro fragmento: renasce a saudade de tempos antigos, da infância e a busca pela fuga da realidade, afinal o mundo é estranho, assustador. Eis que proclamo: sempre foi, nós que não víamos, ou por falta de experiência e informação, ingenuidade, ou por não desejar. Mais a segunda do que a primeira, porém muitos depois de passar pela primeira fase, a ingênua, escolhem fingir, a fase da negação.
Melhor fingir ou esconder no fundo da mente (quem consegue?) para não ficar triste, no é?
Quando penso nesse tipo de coisa, lembro da missão que os antigos românticos achavam ter: resgatar tempos "melhores" para poder entender o presente ou mesmo fugir da realidade. É importante saber o passado, ainda mais com tantos que gritam e esperneiam contra fatos já comprovados.* No entanto, o problema está em não aceitar a mudança do presente porque parece caótica ou desconhecida aos nossos olhos, e porque o passado parece mais dourado quando na verdade, não era.
Aliás H.P Lovecraft estava certo, tememos o desconhecido. Queremos conforto, se sentirmos acolhidos, contudo o universo talvez não seja para nós. É preciso aceitar.
Incrível e estranho perceber que até devaneios têm conexão, o que provavelmente faça pensar que até o caos possui ordem. Será?


*Não entenda como um título para aceitar e engolir muitas opiniões como se fossem verdade, inclusive a do próprio filósofo. E sim para aceitar as dores, as mágoas, os sofrimentos, as alegrias, as surpresas etc, enfim, a vida. Carpe Diem. E tal como a teoria de Nietzsche, é preciso não acovarda-se diante da vida. (Leiam sobre a teoria) 

*É um devaneio, mas também traz uma linearidade e relação entre temas, inclusive este tema que tem feito muita gente discutir há algum tempo. Cito o exemplo de que muitos acham que a terra é plana, quando muitos fatos mostram o contrário. Aqui se trata de pseudociência, que finge usar de métodos científicos, falhos, inexistentes e baseados em crenças e intuição, quando na verdade é um dogma. Nesse caso um resgate de dogmas do passado.


https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/09/7-fatos-cientificos-que-provam-que-terra-nao-e-plana.html

https://super.abril.com.br/ciencia/a-ciencia-da-terra-plana/

https://razaoinadequada.com/2013/04/03/nietzsche-amor-fati/

Comentários

Postagens mais visitadas