Eu  não sou faísca, sou vulcão. Queimo entre tuas mãos.






Não sou faísca,
sou um vulcão.
Queimo entre tuas mãos.
Queimo sua pele,
queimo seu corpo.
Queimar, gosto desse verbo.
Meu verbo ação, filosofia, lema.

Quando você me toca,
meu corpo vibra,
queima,
e você se espanta.
Minha olha com espanto e curiosidade.
Nunca tocaste uma mulher erótica e livre?
Por que o espanto meu bem?
Você nunca viu fogo?
Sou a personificação do fogo,
corpo feito de partículas vulcânicas,
meu corpo pulsa.
Pulsa desejos fulminantes,
Ardentes,
latentes.
Eu tenho sede.
Venha.

Aproxime.
Um copo,
uma dose,
outra  dose,
não estou satisfeita.
Mais uma dose,
de cachaça,
de gozo e de vida.

O mínimo não combina com mulheres como eu.
Mais,
aumenta,
máximo.

Ainda sinto sede,
encha o copo,
toque o corpo,
hoje eu não quero amor,
medo,
promessas,
moral, títulos.

Quero ser possuída,
invadida,
penetrada,
comida.

Agora é minha vez,
o sexo é como uma dança,
é uma arte,
eu conduzo.
Desço minhas mãos sobre seu corpo,
uso a língua,
língua sobre sua pele.
Mais fundo,
mais abaixo,
mais lento,
mais rápido,
mais forte,
pegada,
lambidas, mordidas.
É assim que você gosta?
Intensidade com doses de malícia e dor?

Eu sei como chupar,
tocar.
Seu corpo começa a esquentar,
leves suspiros,
respiração ofegante,
encaixou.
Encaixa peles,
bocas, vontades, instintos.
dois lobos,
dois selvagens.
Repito o jogo.
Mais lambidas,
mordidas.
A minha mão desce,
agarra, segura e suga,
suga cada líquido,
líquidos de desejos.
Te queimo,
te tiro do controle,
rasgo suas convicções,
seu auto controle,
te trago para a vida,
te vitalizo,
te tiro do avesso,
te transformo em bicho,
te devoro como uma onça devora sua presa.
Devoro como uma leoa,
e agora você me devora.
Nessa cadeia alimentar ambos se devoram.

Sua boca perde-se na minha,
entre meu corpo,
seios,
sua língua parece me despir,
penetrar, rasgar.
Você toca em minha barriga,
perde-se entre toques, admiração.

Descendo, aumentando a velocidade, a força.
Sua boca mergulha mais fundo,
em meu universo intimo, particular.
Você me olha tomado de vontade e êxtase,
parece ter encontrado o paraíso.
Isso é mais viciante que qualquer droga licita.

Você está indo mais fundo, mais forte,
mais intenso, mais rápido,
as duas respirações, peles, corpos se cruzam,
conectam,
pulsam juntos,
em ritmo rápido, frenético,
latente.

O fogo vira vulcão.
Mais líquidos.
Desse liquido quero provar,
Saciar.

Venha meu jovem encha meu corpo de líquidos.
Sou uma ninfeta sedenta.
Ele vai mais fundo e me pergunta com um sorriso malicioso:
Quer na boca sua puta?


Rogelânia Bezerra

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