Apaixonadamente real-literária: um miniconto, carta de Gel Machado

 Olá, gente!

Quanto tempo, não é? 

Estou com ideias para muitas postagens, porém ao mexer e cavar alguns dos meus papéis, cadernos, lembranças, textos, poemas etc, reencontrei um texto escrito por meu querido amigo, Gel Machado, como uma dedicatória a mim. Na época quando ele me entregou pessoalmente o texto, fiquei um pouco sem reação. A beleza da descrição da personagem que apaixonadamente dança com histórias e com a imaginação, me encantou e me deixou embasbacada. Não esperava um texto para mim, pois o havia pressionado para publicar algo no blog haha - aliás existe uma análise que realizamos juntos da música "Radio" da banda alemã Rammstein, confiram: https://thalyalee.blogspot.com/2020/06/sintonias-da-liberdade-uma-analise-da.html . 

E bem, a surpresa e as emoções acabaram deixando passar o momento de publicar esse texto/miniconto dele. Ao reencontrá-lo, relembrei de seu caráter fascinante, belamente poético e, bem escrito, embora pode ter parecido pessoal e íntimo inicialmente, para uma leitora ou leitor distante provavelmente não é, pois se torna universal a um novo olhar e experiência. 

Por isso, os deixo com o miniconto ou carta*¹: "Apaixonadamente real-literária" - ele não deu um título, então eu o fiz, unindo palavras, como podem ver.

Boa leitura!


(Fotografia de Thalya Amancio, 2021)


Apaixonadamente real-literária 

Gel Machado

Vestida em literatura ela dança nos palácios da imaginação. Terno é o som da música que, conforme o passar das horas vai se tornando mais e mais denso, permeando o salão que habita nossa personagem principal. 

Banhada pelo fervor das palavras, ela comemora em um transe, ressoando ao ritmo de seu coração, uníssono com o ambiente, contemplando as veredas do ser e do viver.

Analisa ao redor, procurando densas almas que ali não habitam. Essa perseverança instiga, inspira e transcorre todo o ato de relacionar com o externo. 

Outrora construía barreiras quase intransponíveis. Hoje floresce em sua completude o anseio em querer ser mais do que fugazes limitações. Quer ter paz, calma e ritmo. Quer também ter caos, emoções, desejos. Quer ter si para si.

Eres um macrocosmo em eterna expansão. Aflige-me que não tenha percebido o quão radiante é em sua plenitude (o que o porvir lhe resta cabe a ti). 

Merece, não menos que o primordial: admiração incondicional e respeito pelo complexo mundo que habita dentro de ti. *²


(Fotografia de Thalya Amancio, 2020)



*¹Ao reler várias vezes, notei a misturas de gêneros e daí que eu quis mais ainda publicar, para vocês perceberem o quanto os gêneros literários contemporaneamente não possuem mais limites fechados e limitados. O texto aqui postado é tanto uma carta quanto um miniconto por trazer esse início floreado de poesia e uma atmosfera ficcional, mas ao final, se dirige a alguém, o que muito me lembra também o livro Água Viva de Clarice Lispector (trarei algo em breve dele aqui, aguardem).

*²O Gel disse: faça o que quiser com o texto, poste, publique, guarde... E eu havia dito que iria reler e revisar, porém disse antes de saber que se tratava de um texto endereçado a mim. Sendo assim, deixarei igual ao que você escreveu, amigo (editei só alguns pontos, vírgulas, coisas mínimas). 

Muito obrigada pelas lindas palavras... Realmente sinto falta desse tipo de carta, mas temos as redes sociais e as utilizamos para o mesmo fim. Ainda bem.




Uma última coisa por fim a você, Gel: escreva mais textos literários, por favor. Você escreve maravilhosamente bem e, com certeza, deve publicá-los por aqui - sei que tens muitas ideias boas, logo aproveite-as. Publique ao menos uma pequena amostra delas.  

Essa dica vale para todas e todos também, não percam a oportunidade de publicar e de se expressar através da arte e da literatura. 


Até mais!


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